Boas-Vindas

Amigos,
Esta é uma net-expressão da
QUINTA DA BORRACHA, vocacionada para os que têm a felicidade de a conhecer, e não só..., que permite partilhar e divulgar as suas actividades e belezas naturais, comentar assuntos e publicar intervenções.
Um local livre, que não faz bem nem mal, antes pelo contrário, mas que pode dar muito ... tanto quanto todos quisermos dar.

Todas as fotos de natureza foram obtidas na própria Quinta
Convido-vos à leitura ansiolítica e ao comentário...

domingo, 6 de julho de 2008

Ou então o que é?




Anónimo deixou um novo comentário na sua mensagem "Cá estou eu de novo !":

É preguiça? É esquecimento? Ou, então, o que é?

Afinal, meus amigos, o que é que se passa?
Que é feito de todos vós/nós?
Onde pára aquele hábito de partilhar as experiências vividas no dia a dia, de dar a conhecer a nossa veia criativa, de demonstrar o nosso, sempre bem patente, sentido de humor e, sobretudo, aquele espírito de grupo, do qual temos vaidade?
Eu não quero acreditar, nem sequer pensar, que seja a perguiça ou, muito menos, o esquecimento, os responsáveis por esta, já longa, ausência de comunicação!
Por isso, agora que as férias estão à porta e os exames quase a terminar, vamos lá animar de novo o nosso blog, para afastar-mos o stress da vida difícil, para onde nos estão a empurrar e para reacender-mos a esperança de, um dia, chegar-mos ao sonho!

Para dar o mote, tomo a liberdade de transcrever o poema "Amigos", do poeta brasileiro, Vinicius de Moraes:

"AMIGOS
Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.
Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.
A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objecto dela se divida em outros afectos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite rivalidade.
E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morresem todos os meus amigos!

Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências...
Alguns deles não os procuro, basta-me saber que eles existem.
Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.

Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar.
Muitos deles estão ouvindo esta crónica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.

Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure.
E às vezes, quando os procuro, noto que eles não têm a noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.

Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado.
Se todos eles morrerem, eu desabo!
Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles.
E me envergonho, porque esta minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar.
Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.
Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles.

Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer ...
Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!

A gente não faz amigos,
reconhece-os."


Boas Notas, Boas Férias e Bons Petiscos!

Publicada por Anónimo em Placebo a 4 de Julho de 2008 17:22