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QUINTA DA BORRACHA, vocacionada para os que têm a felicidade de a conhecer, e não só..., que permite partilhar e divulgar as suas actividades e belezas naturais, comentar assuntos e publicar intervenções.
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Todas as fotos de natureza foram obtidas na própria Quinta
Convido-vos à leitura ansiolítica e ao comentário...

quarta-feira, 5 de março de 2008

A travessia



Anónimo deixou um novo comentário na sua mensagem "Menina dos Longos Anos":

"Serás menina de longos anos
Porque vais saber envelhecer
E serás, sempre, a bonita rosa
Que nos sorri ao amanhecer"

... .... ... ....

"... e tal como a Menina dos Longos Anos, todos nós sabemos que um dia teremos de partir mas, até lá, devemos continuar a sorrir e a tentar chegar ao sonho"

A TRAVESSIA
Atravesso a ponte, ou salto da margem!
Tenho de passar para o outro lado
Saltando, não consigo lá chegar
Pela ponte é, por vezes, complicado

Por isso, fico sentado à espera
Que o bom tempo traga o barqueiro
Aparece, sempre, à hora marcada
Nunca pode perder um passageiro

A travessia é feita em silêncio
Porque não há ninguém com quem falar
E ao desembarcar na outra margem
Logo o barqueiro terá de voltar

Ao som dum tambor, marcando o compasso
Vejo, no cais, pessoas a marchar
E ao perguntar que lugar é aquele
Passam por mim sem sequer me olhar

Quero voltar ao ponto de partida
Não foi para isto que vim ao mundo
Grito ao barqueiro, para que me leve
Nem que seja, apenas, por um segundo

Publicada por Anónimo em Placebo a 5 de Março de 2008 16:36

1 comentário:

Anónimo disse...

Se se dividisse o mundo em dois eu seria uma ponte.

Barqueiro, barqueiro
Chega mais perto
Vem ver este mensageiro
Trás-te uma mensagem, é certo.

Mas não, apenas quer passar
É militar e não carteiro
Trás apenas o pensar
No caminho traiçoeiro.

Mas ele há-de o encontrar
Seja qual for a pensão
Tem familiares a visitar
Do outro lado do azulão.

Qual o destino?
Pergunta o remador
Mas nem sabe o menino
Que hoje já é maior.

Perdeu-se no caminho
Para se encontrar
Mas vai remando o velhinho
Na esperança que se possa lembrar.

Está tudo tão diferente
Afirma o fardado
Muda com o tempo, geralmente
Diz o homem cansado.

Pare de remar não vale a pena
Toda a minha vida remei
Nunca vi tal cena
Nunca houve homem algum que não depositei.

Não importa se voltei
Apenas que aqui vim
Porque por eles andei
Até chegar ao fim.

Ao fim? pergunta espantado
Encontrei-me finalmente
Onde nada existe senão o mar salgado
Pertenço aqui realmente.

E lança-se ao mar o menino
Sem que o remador pudesse argumentar
Nao te preocupes que me depositaste
mesmo onde queria ficar.