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QUINTA DA BORRACHA, vocacionada para os que têm a felicidade de a conhecer, e não só..., que permite partilhar e divulgar as suas actividades e belezas naturais, comentar assuntos e publicar intervenções.
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Todas as fotos de natureza foram obtidas na própria Quinta
Convido-vos à leitura ansiolítica e ao comentário...

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

O meu País

Anónimo deixou um novo comentário na sua mensagem " Christmas is on the (polluded) air, but it's commi...":

Oh meu! Neste dia estavas mesmo de "Candeias às avessas"!
Aplaudo com ambas as mãos estas linhas que escreveste e tal como tu, também eu pergunto: E Portugal?
Pois é, os tempos estão difíceis e mais difíceis irão ficar se não se conseguir isolar os malfeitores deste belo jardim que Afonso Henriques, batendo na própria mãe, plantou bem junto ao Oceano.
Como estamos na época do Natal, embora sem tempo para pensar em prendas e, muito menos, sem dinheiro para as comprar, envio-te o que escrevi há uns tempos para te alegrar a alma.
Isto sim, é o nosso Portugal!

O MEU PAÍS

Meu Portugal, país de navegantes
Onde a luz do Sol tem mais explendor
Percorri-o do Minho ao Algarve
E vi como o povo lhe tem amor

No Minho fui dançar ao arraial
Nas festas da Senhora da Agonia
Saboreei rujões e bacalhau
Observei toda aquela alegria

Desci pelo rio Douro navegando
Na Régua, suas vinhas contemplei
Em convívio com as gentes do Porto
Nas festas sãojoaninas brinquei

Na Beira, subi à serra da Estrela
Provei daqueles queijos sem igual
Na Torre aproveitei para esquiar
Feliz, toquei o céu de Portugal

Fui a Coimbra, seguindo o Mondego
Ouvi cantar o fado no choupal
Vim para baixo e vi na Nazaré
Sete saias, dançando no areal

Mais para Sul, vi no meu Ribatejo
Campinos na arte de campear
Pus barrete e jaqueta encarnada
E em Santarém, um touro fui pegar

Naveguei, Tejo abaixo, até Lisboa
Namorei a menina da Nação
Com ela aprendi a cantar o fado
E acolher os filhos no coração

Vi no Alentejo, o trigo, ceifar
Por homens tisnados pelo calor
Nos vinhos e enchidos, abusei
E cantando, aliviei minha dor

Alegre e cansado, cheguei ao Sul
E no mar azul, logo mergulhei
Vi moçoilas dançar o corridinho
Deitado ao sol, o corpo escaldei

Até um dia destes, amigo Bróitas!

Publicada por Anónimo em Placebo a 17 de Dezembro de 2007 18:38

Meu amigo, gostei obviamente (e como sempre) dos teus óptimos poemas.
Não posso contudo deixar de te dizer que o meu País é bem mais lato que o teu. O meu País tem umas ilhas lindas no Oceano Atlântico, quiçá berço da Atlântida e das baleias brancas, terras de belezas tamanhas e de gentes e culturas igualmente distintas e complementares.
O meu País tem (e mantém) a sua Cultura espalhada por todo o Mundo e tem Culturas de todo o Mundo no seu seio. Sinto o meu País onde se fala Português, onde se pode ver a arquitectura, os marcos da história e a influência deixada pelos nossos antepassados. Sinto o meu País quando hoje falo com os imigrantes nos seus Países de origem. Sinto o meu País quando falo com os nossos emigrantes lá fora.
O meu País não tem fronteiras ... nem cabe neste canto da Europa.
Até sempre!
Bróitas

1 comentário:

Anónimo disse...

Amigo e companheiro Bróitas!
É sempre agradável ouvir ou ler um elogio a algo que fizemos. Todavia, também, não podemos deixar de tirar ensinamentos das opiniões que nos chegam sobre essas mesmas coisas que fizemos ou escrevemos.
O teu reparo é justo mas tu, que me conheces, sabes que eu sei, que tu sabes, que o meu Portugal é igual ao teu Portugal.
Em 2004 aventurei-me, juntamente com a Isabel com a qual faço hoje, dia em que escrevo estas linhas, trinta e seis anos de casado, numa viagem pelo Oceano Atlântico. Dessa viagem vou contar-te o que vi e partilhei durante nove dias.

AÇORES
Paraíso Misterioso

Brotam imponentes na vastidão do Atlântico
Nove majestosas ilhas de lava e de mistério
Com os seus encantos atraíram marinheiros
E ajudaram na expansão do luso império

Ilha de Santa Maria e além a de São Miguel
Saúdam o Sol quando ele nasce no Oriente
Mais ao longe nas águas revoltas do Oceano
As ilhas das Flores e a do Corvo a Ocidente

No meio existem cinco baluartes da história
Aí se elevam a Terceira, a Graciosa e o Faial,
Solidárias, com a ilha de São Jorge e a do Pico
Formam aquilo que é o grande núcleo central

Em São Miguel, vi furnas de águas ferventes
Do mirante do rei, a Lagoa das Sete Cidades
Subi aos montes e percorri os verdes prados
Vi como o homem luta e vence adversidades

Desci até ao centro da Terra na ilha Terceira
Através do ventre gélido do Algar do Carvão
Quando por aquela boca de vulcão penetrei
Logo senti o palpitar de um imenso coração

Na ilha do Faial, imaginei um vulcão a nascer
Depois, num mar de azúis hortênsias naveguei
Na marina, vi a arte dos Picassos marinheiros
E tal como Nemésio, o mítico canal atravessei

Na ilha do Pico, terra dos baleeiros corajosos
Constatei os perigos que no mar enfrentaram
Vi, também, como fizeram da lava terra arável
E como, nos currais, as suas vinhas plantaram

Olhei a montanha e quis ter asas de milhafre
Ir além das nuvens, poisar no seu pico gelado
Depois afagar aquele seio, frio, de escura lava
E beijar o mamilo que ao céu está apontado

Um abraço