Mais um comentário-poema ao artigo 'Dia de Finados' do amigo M. que se publica e aplaude:
(gravura criada pelo J. num fim de semana na Quinta)"Apenas e só, porque o teu amigo C., através das palavras de Álvaro de Campos, tocou nesta realidade imutável e na qual, teimosamente, nos recusamos a pensar, é que resolvi partilhar neste espaço o que escrevi recentemente quando vi definhar e tombar, a meu lado, uma árvore desta imensa floresta em que todos nós, também, somos árvores.
"Devemos aproveitar as tristezas para darem mais força às alegrias!"
NAU DO DESESPERO
(As brumas do Além)
Voei por cima da bruma do mar
Vi uma nau navegando no céu
Ia lotada de rostos sofridos
Todos envoltos por um branco véu
De pé, à proa, um vulto sem rosto
Mostrando que era ele a comandar
Apesar do medo e das ordens dadas
Alguns teimavam em desembarcar
No murmúrio que chegava até mim
Ouvia gemer e também chorar
Todos sabiam que o seu destino
Era muito além dos confins do mar
Daqueles que acatavam as ordens
Ouvia-se na penumbra uma canção
Nos versos diziam com tristeza
Que a saudade ia no seu coração
O vento dissipou a espessa bruma
E eu para o céu carmesim olhei
Ao ver o Sol brilhar no horizonte
Nas ondas da vida, eu, mergulhei
Um abraço
3 de Novembro de 2007 12:55"
3 de Novembro de 2007 12:55"
1 comentário:
[Do dia 22.10.2007]
As aulas servem para alguma coisa nem que seja apenas para inspiração e como vem sempre Os Lusiadas á tona eu tambem os embarco comigo...
Mar Descoberto
Mar, tu que os levaste
A nossa tao querida gente
Porque nao tentaste devolver
Os que partiram para morrer
Porque nos deixas tu dormente?
Nao foram eles que sentiram
Aquele aperto enorme no peito
Foi este povo Lusitano
Que para despedidas nao tem geito
A noticia é sempre vaga
Sem certezas nem consolo
Só a duvida permanece
Nas viagens desta saga
Devolve-nos os perdidos
Que cá nao foram esquecidos
Deixa, Mar, matar as saudades
Daqueles que desvendaram as verdades!
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